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Mostrando postagens de abril, 2011

Texto da Marla de Queiroz

"Ele não sabe mais (quase) nada sobre mim . Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática, e sem aquela necessidade toda de ser amada. Ele não sabe quantos livros puder ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe (...) mas conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranquilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto. Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos. Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco. Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos. Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim. Ele não sabe (...) que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar

Decepção

Eu me pergunto o que será de sua filha, que vive em uma casa onde o ódio simplesmente pelo ódio se faz presente. Não sei qual seria pior, ser molde ou não sê-lo nessa situação. A decepção que desce por meu corpo, pela minha alma escorre como um veneno infectando cada sorriso, cada cuidado. De onde vem tanta raiva? Tanta ignorância? Dói pensar que a cada dia que passa, nos distanciamos mais e mais, pelas atitudes, pelas idéias, pelo respeito. O que você fará quando eu fizer minha primeira tatuagem de tantas outras que eu farei? Qual será sua reação quando descobrir de tantas desejos e sonhos que estou para realizar que não condizem com a sua moral? Acho que já tenho a resposta estampada nas suas frases de ódio contido. Você me amará depois de tudo isso? Existirá respeito ou serei um ser a mais cuspido pelas forças do destino para fora de sua vida? Você não vê que o mundo mudou, que as diferenças são lindas, que cada um tem uma vida diferente, um estilo diferente? Esse seu ódio sem cabim

É uma pena que ele não se importe...

It's such a shame that you don't care; it's' such a shame that we're not there... As horas se arrastavam enquanto você sumia por milésimos de segundos. A foto emoldurada na parede contava de um menino disfarçado de homem. Um menino tão indefeso no amor quanto a menina. Ambos fingiam não ser e ambos de tornavam meninos por causa disso. O homem e a mulher, o menino e a menina. Ela não sabia se ia ou se ficava, não porque não gostasse, mas porque ela sabia que talvez ele não ficaria. É uma pena que ele não soubesse que por ele, tudo mudava... ele só sabia da atração, da tentação... Paula Cristina.

Sua despedida.

Gosto da sua despedida, me alivia e me pacifica seu "até mais tarde", significa para mim que você volta, que você quer voltar. É lindo. E nesse brincar de perceber significações eu descubro que posso ser interessante pro outro da mesma forma que o outro me é interessante. Ser humano é lindo, poético. E nesse brincar de perceber a mim eu descubro que psicologia é lindo, assim como a paixão camuflada que quase nunca deixo transparecer e que transborda com suas despedidas... Paula Cristina.

Só para constar...

Você me faz tão bem que não importo de ter apenas você na minha vida. Você me faz tão bem que não importo de aprender a pensar em um futuro nós. Você me faz tão bem que o sono não me cansa, que os dias são mais bonitos e os amores são mais leves. Você me faz bem, me faz tão bem. Sei que não é exatamente você, mas o que eu sinto quando estou com você. Poderia ser com qualquer outro, mas é com você e enquanto isso durar eu estarei disposta a sorrisos e calmarias. Sei que isso é gostar porque ninguém concorda com isso, ninguém põe fé. Eu ponho e só... Paula Cristina.

Pós-abismo II

Ela seguiu, olhava à volta desconhecendo todos os caminhos, escolheu o mais bonito para combinar com seu vestido de flores e renda. O chão macio, amortecia os passos que ela dava tão delicadamente pela estrada. A mangueira lá na frente ofereceu-lhe uma manga deliciosa, avermelhada, doce e suculenta e seus galhos e folhas a protegeram do sol que ofuscava sua visão. Parou por tempo sem conta e depois seguiu caminho, em direção a algum lugar que ela não sabia. Passou por festas e chás e reuniões e de cada um dos lugares que passava levava alguma lembrança e deixava um pouco de si pelo caminho, partes sua que já não mais servia. Virava volta e meia e mudava a rota que escolhia à medida que sentia ser o melhor, sempre passando por estradas bonitas e calmas. Passou por jardins, labirintos e encruzilhadas. De vez enquando parava para conversar com os transeuntes, ler um livro ou mesmo ficar ali, parada, sem nada para fazer, só observando. Chegou a uma cidadezinha calma, com umas pessoas tranq

Fragmento de pensamentos

É uma pena que não vá dar certo, e que você já tenha escolhido não dar... é uma pena que eu possa apenas falar com você pensando que somos amigos, enquanto você olha para mim e pensa em ser algo no meio entre ser amigos e ser namorados. É uma pena que você não sinta suficiente falta de mim e que eu não sinta o mesmo por você. É uma pena, porque no final das contas, você ainda passa pelo fundo da minha mente, a idéia de duas pessoas caminhando caminhos diferentes e dividindo segredos conjuntos. É uma pena que eu seja mulher e você seja homem, é uma pena que pensemos tão diferente. É uma pena o que eu sinto, porque o que eu sinto é vazio, é impossibilidade. É uma pena cada fragmento de vida que se perde toda vez que minha dor toca no fundo do poço por você... Paula Cristina.

trecho conjunto

Acho que parte de você estava certo. Você era mais amigo que amante para mim. Você não era o desejo reprimido, era o alívio imediato. O medo do que os outros pensariam a respeito de nós dois era enorme, medo inconsciente (será?) de nos verem como casal. Você era meu melhor amigo. Tenho 22 anos e até hoje confundo amizade com estar apaixonado. Que coisa louca, que coisa louca. Contar sobre meu dia é reconfortante, falar com você , mas não essa coisa louca de ouvir sua voz. Meu beijo é mais leve com outro. Meu beijo é mais beijo com outro do que com você. Eu fui muito mais mulher com qualquer outro que tenha aparecido, então como isso poderia ser amor? Não, nãe é, nunca foi. Foi diversão, entusiasmo, foi fim de dia, o nome que você quiser, mas amor, meu bem, ficou muito distante de mim, de você, de nós . Paula Cristina e M.A. http://umpoucodecolera.blogspot.com/

Enterro

Já estive em seu enterro tantas vezes em março que desconfio que os anos passaram e eu não notei. Olho o calendário e o ano continua o mesmo. Você vem e volta e eu o mato tantas outras vezes. Não sei se consigo lidar um dia sequer com essa loucura camuflada. Você me confunde, eu me confundo. Eu te confundo, você se confunde. É tudo tão nebuloso, tão obscuro. E aqui estou eu, finalmente em abril em luto por você mais uma vez e tudo que me vem à cabeça é se você realmente morreu, se vou aguentar mais uma ressurreição e morte desavisada. Eu não sei, mas como sempre, eu nunca sei. Você me machuca, eu me machuco. Eu choro e o eco não responde. EU CHORO SOZINHA. Não vou beber, não hoje, estou de luto. Não vou sair, não hoje, estou de luto. Vou sorrir e lembrar uma última vez. Lembranças pertencem ao passado e é lá que eu espero que fique (controvérsias à parte, você não vê meus gestos rápidos condenando a mentira que acabo de contar tentando convencer principalmente a mim). Amanhã eu vou aco