Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2011

a algum qualquer?

Não sei se você me ignora ou ignora o fato de que me sinto ignorada. Não sei se você sente a falta que faz ou faz de propósito pra me pirraçar. Não sei se isso tudo passa ou se vai ficar, só sei que os dias passam e mais confusa, mais perdida, mais centrada em loucuras e neuroses eu fico. A cabeça roda, mas não dói. Nada dói. É como um vazio, uma falta de mim, uma falta de você, uma falta de nós. Pode ser loucura, pode ser perdição temporária, pode ser até uma falta de compreensão de um contexto maior e pode ser apenas saudade. O fato é que tudo mistura e eu misturo você a mim, mas não parece certo nos misturar, o bonito seria o encontro, sem comuns nem afins, apenas encontro e vontade de estar. Não sinto isso de você, talvez eu é que não tenha em mim e não sei disso, mas isso seria muita loucura e muita falta de mim... Paula Cristina.

A conversa

Os olhos atenderam àquela forma indiscreta de observação. Foi literalmente engolida até a alma, as roupas do corpo tentando esconder o pouco que escondiam por baixo daqueles olhos de raio-x. Queria sair dali, mas o orgulho não a deixava se desvencilhar. Escondeu um sorriso de divertimento por trás dos olhos fugazes e escorregadios que não deixavam ninguém encará-los por muito tempo. Segurou a ponta do vestido e, mantendo a conversa longa suficiente, ficou ali a rir de coisas que não tinham graça e a falar apenas o bastante para manter uma conversa meio fajuta e se manter em evidência como sempre dava um jeito de estar. Não tinha graça não estar em evidência. Gostava de ser o centro, falava baixo pra manter a pessoa atenta, sem tirar os olhos e se a pessoa desvencilhava, mudava um pouco o tom para ela se interessar de novo. O sorriso era para chamar os interessados (e os desinteressados também). O olhar para manter aqueles que gostavam do "olho-a-olho" e um pouco sedutor às ve

Ele.

Sem saber o que era, deixou-se abrir para um mundo desconhecido e agora, assustada, deixava o medo tomar conta. Engoliu o medo e ligou, era a melhor forma de resolver as coisas. Não sabia o que sentia. Ele atendeu, estava ocupado, mas insistiu em falar. Ela compreendeu o cuidado a ela dirigido e acalmou os nervos. Porque sentia tanta falta dele? Ao invés de ignorar, deixou todos os pensamentos se acentarem e fazerem parte daquela vivência, realmente saber o que estava acontecendo, o que estava sentindo. Deitada na beira da piscina, olhou o céu e ficou a observar as nuvens, tentando compreender aquilo tudo e se deu conta de que certamente estava apaixonada. A falta que ele fazia não era falta de "estou sozinha, alguém sente ao meu lado". Não. Era mais que isso, era a falta do sorriso, do silêncio, do abraço, da voz, do beijo, da presença (mesmo que fosse apenas uma presença de endereço). Saber que ele estava ali, olhá-lo. O sentimento de tê-lo ali, simplesmente por ter, sem pr

O objeto de seu afeto

Os olhos procuravam com uma avidez por descobrir e não via, não percebia, não sentia. Era tudo incógnita. Ele cansou de procurar, ignorou os desejos de sua própria alma, focou em si. O puro egoísmo da solidão. Mas quem disse que o amor é reciprocidade? O amor é mais um meio termo de gostar e querer manter, mas de um egoísmo escondido, disfarçado de cuidado altruísta. Perdeu tudo, inclusive a dignidade para ter que reconstruir de novo. Alguém veio e o informou de que de nada adiantava tudo aquilo (e de fato essa pessoa estava certa). Fez então do amor um objeto fugidio, ridículo, esquecido - e esqueceu mesmo. Não sabia que aquele comichão era desejo, oprimira-o por dentro das roupas, da pele, dos ossos. Ninguém sabia que era o que o mantinha em pé, nem mesmo ele. Esqueceu assim, de si mesmo. Não fazia mal, não percebera até aquele ponto. Então em uma noite qualquer, descobriu querendo uma pessoa em especial, satisfez seu desejo, mas, ainda sim não foi suficiente, queria mais daquela pes

Trecho

Acordou e se deparou com o edredom puxado do outro lado. Sorriu, pensava ter sonhado, mas não, ele estava ali, deitado com o o lençol nos pés. Os olhos serrados faziam acreditar que ele estava dormindo, mas alguma coisa a fazia acreditar que ele não estava dormindo. Mexeu um pouco na cama e os olhos dele abriram calmos. Virou de lado e passou a mão sobre seu rosto. Era tão bom, tão simples. Sorriu. Beijou os lábios dele suavemente. Deitou a cabeça sobre seu peitoral e ficou tempo sem conta apenas deitada abraçada a ele, deixando sua mão percorrer sobre o corpo dele. Paula Cristina.

Dessa vez...

Sentei ao seu lado na mesa e aquilo era no mínimo constrangedor, mas era lindo também. Eu olhava pra você e tive certeza que era ali que eu queria estar. Podia morrer de vergonha, me embaraçar toda, parecer louca e passar a impressão errada (o que sou tão boa em fazer nos momentos menos oportunos), mas no final das contas eu estaria com você. No final das contas era só você. Saímos dali, conversamos, rimos, nos tornamos um pouco mais íntimos, um pouco mais próximos e minha sensação de certeza foi aumentando a medida que a noite sumia e deixava vestígios de uma madrugada silenciosa e pacífica. Você leu meus sentimentos, mudou meu humor, eu estava ali, indefesa, sem saber o que fazer, as lágrimas teimando em cair. Você me viu chorar silenciosamente, você viu meu mais fundo ser sem entender o que era ou porque era. E tudo que vinha na minha mente quando você me fazia perguntas era "estou apaixonada por você", mas nada saía como sempre. Esse meu medo de me abrir. Tenho coragem de

Acordei um dia...

Acordei um dia e me percebi pensando na próxima vez que te veria, não queria me preocupar com outro e me deparei com uma falta sua, pausada, bonita, poética. Me incomodei com isso, não costuma acontecer esse tipo de coisa comigo, mas chega um momento que parece que a vida resolve fazê-las ou será minha própria consciência brincando comigo? Não tenho certeza de nada, a não ser de que nesse momento estou online achando que você não vai entrar no msn, mas ainda estou aqui torcendo que eu esteja errada e que me surpreenda para que não tenha sido em vão esse dia que eu entrei só para falar com você. Me peguei pensando em você durante uma aula interessante (o que é no mínimo bizarro, porque aulas interessantes nos mantém focados...). Mas tem alguma coisa de bonito, de misterioso na forma que você olha ou até fala comigo - ou será que vejo assim porque estou começando a criar sentimentos em torno da sua pessoa? - . Algo escondido, um querer contido, um respeito, um cuidado. Não sei se estou m

Jogar tudo pro alto

Acordou suada da noite quente e mal iluminada. Desceu até a cozinha e preparou um chá de limao. Deixou esfriar um pouco, sentou na rede de balanço da varanda. Olhou o relógio eram quatro horas da manhã e perdera o sono. Sorriu, lembrou-se dele e percebeu que começava a gostar dele em sua vida, gostava do toque da mão na sua e quando ficava a observá-la e quando ela o olhava ele já estava preparado para dar um beijo ou para fazer tudo que ela quisesse que ele fizesse. Gostava de poder escolher o que fazer (mesmo que na maioria das vezes nunca escolhesse por opção). Adorava quando ele a abraçava e mais ainda quando a fazia rir, mesmo quando não tinha graça nenhuma. Achava a décima maravilha do mundo poder simplesmente ficar ali, em silêncio. Queria ligar e dizer tudo aquilo e mais para ele, mas não faria isso. Gostava dele e provavelmente estava gostando cada dia mais e mais, mesmo que negasse para si por medo ou algo parecido. A verdade é que ao mesmo tempo que tinha um pouco de medo, e

Caminhos separados

As lágrimas queriam escorrer e então ela se virou e de raiva prometeu que jamais olharia para trás de volta. Domando o que restava de controle, impediu que seu corpo tremesse enquanto se dirigia ao carro (e foi difícil cada passo). Então, como se não bastasse ele gritou palavras lindas, mas que soavam vazias ao toque doce do sentimento. "Adoro que você observe todos os meus passos e não admita por orgulho. Adoro quando você finge que não sabe quem eu sou e, de repente, como se nunca tivesse me visto olha nos meus olhos e parece ler até minha alma. Adoro que você vá e volte e que fique. Adoro como você se mantém leal às pessoas, mesmo quando elas não se importam de forma alguma. Adoro também como você finge não se importar agora e fica de costas para que eu não veja suas lágrimas queimarem seu rosto. Adoro que você se esforce para que ninguém se machuque. Mas odeio uma coisa em você. Odeio que você vá embora agora, principalmente porque sei que dessa vez, mesmo doendo, você não vol