O mundo precisa de amor, pessoas precisam de amor. Onde há ódio há pedido de socorro, pedido de ser amado, de ser escutado, de ser visto, respeitado. Vi mudanças surpreendentes com o simples ato de amar. Vi feras se tornarem dóceis, vi olhares sanguinários se tornarem carinhosos.
É tão absurdo pensar que todos os atos costumam ter um sentido por trás. Alguns atos, pensamentos e movimentos parecem tão desconectos que fica difícil encontrar o sentido. Mas se a gente vasculha a gente encontra. Esse sempre foi um dos maiores desafios pra mim: deixar de vasculhar. Como condenar alguém pelo seu sofrimento? Como ignorar a dor de uma pessoa?
Não se trata do motivo em si, mas de entender o que está por trás do motivo. Qual é a dor que me move? Qual é a dor que te move? O que temos em comum? O que nos instiga a fazer uma escolha em detrimento da outra?
No final das contas, por mais que viver em sociedade faça com que todo ato seja político, nada é político, porque somos humanos. E como humanos, todo ato é pessoal. Então, eu pergunto de novo: qual a sua dor pessoal que te move em direção a um ato (qualquer que seja ele) escolhido?
Ignorar essa dor é se manter no caminho da intolerância. E por mais que aquele velho ditado diga apenas que ficaremos cegos, ouso alterar o ditado: Olho por olho e sangraremos até a morte... a verdade é que mesmo que nem todas as pessoas fiquem cegas não haverá pessoas suficientes para socorrer.
Olhemos ao redor: relações familiares e de amigos acabando por causa de política; consultórios, clínicas e hospitais lotados. Termos médicos, psiquiátricos, psicológicos e tantas outras áreas da saúde surgindo a cada respiração que damos.
O mundo precisa de cura. Nós, humanos, precisamos de cura. E a cura está no amor, no respeito ao próximo, na tolerância, no olhar para nossas próprias feridas. Que possamos olhar para dentro de nós mesmos e do outro e lembrar que somos todos humanos.
Paula Arrais
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