É impressionante como nascemos para acreditar que certas atitudes são tão impressionantemente erradas que devemos negá-las a todo custo, mesmo que nossa consciência esteja implorando para a verdade ser revelada. Quantos problemas emocionais, amizades interrompidas, relacionamentos acabados tiveram como pano de fundo a mentira disfarçada com a simples idéia de "foi para o seu bem", "eu não queria te machucar", "tive medo de te perder" e tantas outras desculpas que usamos para aliviar nossa culpa. No final das contas quando menos esperamos nos vemos em uma teia sem saída que nos sufoca alucinadamente. Percebemos então que se tivéssemos abraçado nossos comportamentos não aceitos e não esperados teríamos podido poupar muita coisa: noites de sono, relacionamentos e paz, muita paz. Percebemos que negar nosso lado obscuro nos leva a negar a nós. Não existe certo sem o errado, escuro sem o claro, barulho sem silêncio. Quando nos damos conta desse emaranhado de diferenças, nos mudamos, reconstruimos, crescemos e mais importante de tudo temos menos drama e mais sorrisos, menos dor e mais alegria, menos guerra e mais paz. E eu fico a me perguntar porque somos ensinados a ocultar certas coisas só pelo fato de serem consideradas ruins, quando é exatamente a exposição saudável e sem alardes que trás a paz de espírito e a compreensão em um nível maior. Porque devemos ter medo de errar?
Paula Cristina.