Ela acordou no meio da noite e se percebeu sozinha. Mais uma vez haviam partido, deixando-a para tráz. Ninguém sabia que no final ela seria como a água da chuva que lava e acalma, como o vento que revolta e se instala. Assim como já é a terra que acolhe, o fogo que aquece, o sorriso esperado, o copo quebrado, a carta rasgada e a lembrança forçada. Amou e foi amada milhares de vezes, mas perdeu todos eles por ser incompreendida. Nunca deixou de amar algum deles, mas por algum motivo eles achavam que ela jamais os amou. Então quando não restasse mais nada ela partiu mais uma vez, foi além do céu e voltou, decifrou o mundo, montou quebra-cabeças, ouviu músicas, cantou e dançou. Continuando a ser quem é e vivendo o que vive. E quando tudo eclodiu se transformou em uma guerreira, sempre crescendo e se encontrando, fortificando e se preparando. Levou consigo todos os seus amores. Sentou e esperou, pois um dia, alguém seria digno de seu amor.
Paula Cristina.
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