Eu achava que estava apaixonada por você, mas a verdade é que estava apaixonada pela idéia do que eu queria que nós tivéssemos sido. Um erro clássico, mas arrasador. Todas as nossa músicas continuam sendo nossas, pelo menos para mim. Nossas conversas, olhares, carinhos continuam intactos em minha memória. Você se foi a tanto tempo, porque eu permiti, mas eu ainda o sinto aqui. Não é sua culpa, nunca foi. Foi minha culpa e não tem sido fácil admitir tal coisa, mas é necessário para que eu consiga dormir mais uma noite em plena paz. Hoje você encontrou brilho nos olhos e por isso eu fico feliz. Não nego dor ao perceber que não sou eu o motivo de sua felicidade. Eu fui uma vez, a sentimentos atrás, quando ainda podíamos sentir nossos lábios se encontrando em um sussurro breve. Hoje sou apenas eu a sentir tal fenômeno. Me perdoe pela dor que eu causei. Percebo claramente que essa dor também gerou dor em mim com a mesma intensidade. A diferença é que não me deixava sentir e era eu mesma a inflingidora de tais penas e não você. Hoje sei que preciso seguir em frente e assim o faço. Mas deixar de te amar? Não sei. Nunca fui apaixonada por você, mas te amei com todo meu coração. Sim, paixão e amor são diferentes. A paixão deixa rastros loucos e perturbados e, logo depois, deixamos de nos importar com aquele que foi fruto de nossos maiores instintos. Mas o amor, ah o amor, não tem barreiras. Não importa onde vamos, sempre levaremos lembranças daqueles que amamos. O amor não esquece, apenas finge esquecer para sorrir mais uma vez. Durma bem essa noite e a noite seguinte e a noite seguinte. E se algum dia sentir falta do meu olhar me procure, eu sempre estarei aqui. A questão é se você algum dia saberá isso.
Paula Cristina.
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