sábado, 29 de janeiro de 2011

Uma noite no navio

Sentada, os olhos ao mar captavam a imensidão da escuridão e do mar e do mundo. Era tão pequena diante de tudo aquilo, era tudo tão lindo, tão sedutor, tão pacífico! Uma mão a abraçou por trás, trazia junto de si uma certeza que talvez não fosse tão real quanto parecia ser. Sorriram, conversaram coisas perdidas por aí. Não sabiam nada uma do outro, mas mesmo assim a conversa fluía e os segurava um ao lado do outro. Os outros olhavam e diziam que eram lindos juntos, os dois olhavam e sorriam. A noite durou o tempo necessário para fazê-la perceber que ela era solteira e ela gostava disso mais uma vez. A noite durou tempo suficiente para ela olhar para si daquele jeito e amar tudo em si. A noite durou tempo suficiente para lembrar-se dele, mas pouco tempo para sentir sua falta. E assim, o dia raiou e eles se separaram e ela se sentiu feliz, em paz.


Paula Cristina.

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