"Não. Não vou sorrir sorrisos de beija-flores diversos, muito menos cantar uma ópera celestina. Vou sentar aqui e ficar apreciando as cores do vento, o olhar das flores e o andar das folhas." Foi tudo que me disseste naquele dia sombreado, ralo de tanto chover. E então bateu aquela vontade de sentar embaixo da árvore e esperar a maçã cair em minha cabeça. Sentei, esperei e nada! Nem uma folhinha sequer para aquietar o espírito e me dar esperanças. Cansei, peguei um livro e fiquei ali a folheá-lo. A idéia nunca veio, mas a falta passou. Você sentado em uma mesa de bar, eu em uma praça mal iluminada. Você conversando, eu lendo. Você continua o mesmo, mas eu mudei. E agora sentas do meu lado como quem não quer nada. Eu rio, porque é tudo que tenho para disfarçar a minha raiva, dor e alegria contidos em uma só emoção. Você não entende, me chama de louca. Eu bebo outro gole do ponche, você me olha. Levanto, encho o copo e vou embora. O amor é tudo que restou de nós e é a parte que você não vai tirar de mim.
Paula Cristina.
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