segunda-feira, 23 de maio de 2011

Seus mimos...

Deixe-me apaixonar por você como alguém que nunca amou. Não quero perdas de tempo, apenas toques, sorrisos, confissões, brincadeiras... O cheiro da brisa que incendeia meu coração quando o vento balança meus cabelos em meio às árvores me mantém calma, focada, pacificada. Você mima meu coração com cerejas recheadas de olhares e toques e palavras, você mima meu coração com filmes e cervejas e comidas, você mima meu coração com seu jeito só seu de sorrir e viver e ser. Você me mima, você me faz dormir...


Paula Cristina.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Intimidade

A menina de vestido verde, sentada à mesa comendo pão e bebendo cerveja se divertia brincando com o cachorro. O chão frio segurava seu corpo que se movia constantemente para todos os lados possíveis. O homem a olhava enquanto fazia comida e correspondia os olhares da menina. O relógio tiquetateava calmamente, esperando o tempo chegar, esperando o tempo passar. A comida ficou pronta, o fogo apagou. A menina então, sentou ao lado do homem para comer. Olhava-o interessada, queria ver cada movimento, perceber cada momento e cada sentimento que perpassava por ele. Ele, muito ocupado com os talheres não percebeu o quanto ela o olhava. Os talheres foram finalmente postos de lado, ele a olhou e ela já era mulher novamente, o ar de menina travessa se escondeu por trás dos olhos que agora seduziam-no sem um pingo de escrúpulos. Não tinha medo e a intimidade que ia crescendo aos poucos preenchendo o vazio entre os dois aumentava e diminuia o espaço em branco que tanto queriam preencher. De fundo, o relógio insistia em tiquetatear, mas eles já não ouviam. Estavam em um tempo paralelo, encontraram-se na linha tênue dos tempo e do não-tempo e ficaram ali a trocar confissões com o olhar. Pela primeira vez aquele tipo de intimidade não a assustava, não a incomodava...


Paula Cristina.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Queria momentos, e só.

A menina no vestido azul passava tranquilamente pelo corredor fingindo não procurá-lo. Os quartos se abriam a medida que passava, mas todos vazios, pareciam caçoar do desejo escondido que tinha de encontrá-lo. Desistiu, sentou a um canto, quase corroendo-se por dentro e acabou por adormecer em cima de alguns livros caídos de pilhas e pilhas baseadas no chão. O cheiro de livro de biblioteca inundava seu corpo e dormiu ali, sonhando, sentindo o cheiro dele a cada expiração. Sentia o cheiro dos livros e o cheiro dele. Tudo se misturava em uma dança sensual. Acordou assustada, não se lembrava de adormecer. Pegou seu som portátil e se dirigiu à entrada da biblioteca. O barulho dos passos faziam-na olhar com a esperança cabulosa de ser ele, quando era óbvio que não seria, ele não frequentava ali, pelo menos, não até onde sabia. As músicas eram todas para ele. Desligou o som, estava tentando não pensar nele. A luz do dia estava diferente, tinha que comentar aquele fenômeno com ele. Não, ele não, de novo? "Não posso pensar nele", mas quanto mais se impedia, mais pensava. No final das contas desistiu de não pensar nele. Pensou, pensou muito. Pensou tanto que ligou. Ele do outro lado da linha dizia que sentia saudade. Ela pulou por dentro, o coração acelerado. Será que ele também esforçava-se para não pensar nela? Torcia que sim, fingia que não. Se acreditasse piamente nisso, as esperanças de serem um casal aumentariam e ela não queria criar esperanças, queria simplesmente viver aquele momento e poder dizer boa noite a ele quando for dormir. Queria momentos, e só.



Paula Cristina.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Só um bobo não perceberia

O telefone tocava denunciando as horas passadas. A mensagem na secretária eletrônica denunciava as batidas do coração que aceleravam a cada sílaba pronunciada. A voz dele era calma, suave, bonita. Gostava quando telefone tocava daquela forma, era ele mais uma vez... Quantas vezes odiou presença, agora adorava presença. Quantas vezes odiou elogios, agora torcia para os elogios ocorrerem. Quantas vezes odiou largar sua rotina, seu pijama regado a noites de filmes para sair, agora esperava impaciente o horário de pegar o carro e deixar aquele filme tão esperado para outro dia. Quando as mensagens chegavam era um pulo do coração a cada palavra lida e um sorriso a cada frase terminada. Estava mais paciente também. Será que foram as tantas lágrimas derramadas ou um simples amadurecimento, uma mudança de fase? Talvez fossem os dois... Ela sorria encabulada e ria um riso alegre e apaixonado. Ele ainda não sabia disso, não por completo, mas era óbvio, estava estampado no rosto, só um bobo não perceberia...


Paula Cristina.

Carta a Amandinha

E hoje é seu dia e venho pensando em nós por muito tempo. Fiquei rindo: é seu diz e vou falar de nós? Sim, porque eu sei que amar é se mistu...