domingo, 12 de junho de 2011

Um breve desconforto

Por um momento perdeu o chão, como podia ser tão burra? Será que não percebia que aquele tipo de assunto incomoda? Não... tinha que ser por completo sincera, contar para ele das dores de ser ignorada por pessoas que ele não compreendia ser importantes, simplesmente por serem queridas, sem fazer muita coisa, sem ter muito contato. Ele foi falando e ela nem escutava mais, viu o rosto dele contorcido (ela não sabia se de raiva, ciúmes ou uma leve irritação), a voz denunciava um leve desconforto por parte dele. Quando se deu conta, estava chorando. Chorando por ser tão estúpida de não pensar antes de falar. Está tão acostumada a falar sobre sua vida sem precisar se preocupar com o que os outros vão pensar que não raciocinou que desta vez deveria ser diferente, que talvez ele não compreendesse um carinho genuíno por um completo estranho. Ele desesperou quando viu as lágrimas derramando sobre seu rosto. O que ele deve ter pensado naquele momento? Falava, tentando aliviar a dor dela que nem ela sabia que sentiria ao perceber que tinha incomodado alguém, que tinha incomodado ele. As mãos dele perpassando o rosto dela, que se contorciam tentando não mostrar a dor, tentando segurar as lágrimas que insistiam cair enquanto passavam pensamentos mil de tudo que ele poderia estar pensando. Será que ele não percebia que ela escolhera ele? Será que ele não percebia que ele foi o único a entrar e modificar seus dias? Esperava que percebesse isso, esperava que percebesse o quanto ele significava para ela.


Paula Cristina.

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