Quando o sono bate e as cobertas fazem hora para que ela se esquente, é nessa hora que ela sonha, esquece do mundo. Quando ele não pode fazer parte, é nessa hora que ela sente mais falta. Falta do afago, do abraço, da respiração entrecortada pela voz que sai da boca dele. O travesseiro, então, serve de consolo para a saudade apertada e rasteira. Mas não faz mal, ela vai dormir, esquecer do mundo e sonhar com ele (porque desejo é desejo em qualquer lugar); e quando acordar ele vai ligar e dizer do dia e ela, com um sorriso, vai ouvir histórias ou pensamentos e contá-las também. Então o dia vai passar e o telefone tocar. A voz do outro lado da linha vai falar e o mesmo sorriso incontido vai aparecer, como todas as manhãs e todas as tardes. E assim a história segue, cada dia uma história nova, cada dia um novo acontecimento e aquilo que era para ser incrivelmente chato, cansativo e monótono se torna em algo diferente todos os dias. Nunca se sabe o que vai acontecer, a não ser as ligações e se algum dia elas não ocorrerem... ah, que falta, que negação...
Paula Cristina.
primeira vez por aqui.
ResponderExcluir"o travesseiro serve de consolo para a saudade apertada..." e como! sempre companheiro e amigo das lágrimas.
beijinhos