sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Leitora

Outro dia eu estava falando com uma amiga minha e ela se impressionou quando eu disse que lia um livro de mais de setecentas páginas em uma semana. Aquilo me encabulou. Não porque eu acho que seja fácil, mas porque pensei que para pessoas cultas e cheias de leituras complicadas um livro de proporções grandes não seria empecilho em uma semana. Me peguei analisando isso agora e me dou o direito de expor minha teoria. Quando eu leio, leio com a alma, dou tudo de mim, entro no livro como se fosse eu a presenciar o que for que seja que esteja escrito. Nesse ponto devo concordar com Clarice Lispector quando diz que o leitor é também escritor do livro. E é, por sinal. É tanto que do que foi escrito, cria uma interpretação própria. Cada leitor entende uma frase de modo diferente de outro e ao mesmo tempo que um interpreta dor, o outro pode interpretar gozo. E talvez seja por eu me sentir parte do livro que eu o leia com tanta fericidade e ardor. Eu preciso terminar, preciso sentir o que me foi tirado desde o nascimento: a liberdade de fazer, ser, viver e morrer.
Paula Cristina.

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