Talvez fosse o vento escondido no tronco da árvores ou mesmo o sol disfarçado de sombra, mas por um momento senti o silêncio tomar conta de meu interior de tal forma que eu pudesse simplesmente compreender coisas que nunca ficaram claras e parar de criar coisas que nunca estiveram ali, nem mesmo por alguns segundos quaisquer. Então ao perceber o movimento sorri sorrateiramente para não afugentar as idéias. Sentei e escrevi tudo e pensei e raciocinei e trabalhei coisas que nunca havia trabalhado antes, mas que agora eram tão óbvias que me perguntava "porque? Porque não percebi isso antes?". Talvez não estivesse preparada, talvez não quisesse ver, talvez eu cresci mais um pouco sem me dar conta. Não importa tanto o talvez, o que importa é que cheguei aqui e isso me faz tão bem que me pergunto "onde estive este tempo todo? Será que o jardim sempre foi um jardim?", então me dou conta de que o jardim sempre esteve ali, a diferença é que agora eu olhava pelo buraco da fechadura. A chave está em algum lugar, talvez bem ao meu lado sem que eu perceba, talvez escondida para que eu a encontre. O que importa é a vontade de encontrar, a tentativa árdua. Não importa o tempo, importa o que eu faço dele.
Paula Cristina.
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