Acordou com aquele desejo súbito e impenetrável de deitar na grama debaixo do sol e sentir a energia penetrar seu corpo. Estava cansada havia muito tempo, mas não fazia muita diferença, já que a diferença era dor disfarçada de força. Sentou no chão do quarto e começou a contar tampinhas. Haviam tantas e de tantas cores que nem acreditava. Brincou até não querer mais, levantou, andou até o som, mas perdeu a súbita vontade de escutar músicas, sentou de novo e se pôs a meditar. A quanto tempo não meditava, parecia até que seu pulmão estava sendo renovado naquele momento. Levantou, pegou um livro e foi ler. Que saudade do silêncio, do barulho da natureza fazendo seu batuque final. Estava em paz mais uma vez, como há muito não ficava. Deitou a cabeça e não dormiu, ficou ali a ouvir os mínimos barulhos. Não precisava dormir, estava mais uma vez revigorada.
Paula Cristina.
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