O ar vagamente saía pelos pulmões como se fosse explodir. Não queria ficar ali, mas ficou. Sempre fica. Os dias passaram e a falta de ar misturada com o excesso deste querendo estourar os pulmões na tentativa de sair foi passando. As leituras voltaram a seu pique mais remotamente obsessivo, os treinos de dança encheram as tardes e as enfeitou de delícias gasosas e cerveja amanteigada. Tudo voltou a calmaria rotineira e tão amada. Os olhos brilhavam de excitação a medida que as horas passavam. Não vê a hora de sair pelo mundo, desbravando. Não que serão dias ensolarados, na maior parte nublados, mas não faz mal: serão seus, só seus. Seus sonhos, seus dias, suas escolhas. Ficou ali, na livraria da esquina, tentando se decidir qual livro levar. Acaba por levar os dois. Maravilhosamente intrigantes e chamativos para ficarem esperando em uma prateleira por um próximo cliente interessado. Coloca-os na cabeceira. Lê um, lê outro, lê um, lê outro. Até que as forças se esgotam, as páginas do livro aberto sobre seu corpo. As pálpebras fechadas, o óculos no rosto. Um sono profundo, sem sonho, calmo. Acorda com a vontade de um café bem forte. Mais uma manhã, mais um dia e o sorriso estampado na face. Como se fosse dia de alguma coisa qualquer. Como se tivesse acabado de passar em um concurso extremamente maravilhoso. A paz, novamente.
Paula Cristina.
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