sexta-feira, 25 de junho de 2010

Sinto muito, meu amor.

Se tenho algo a dizer? Tenho muito a dizer, mais do que imagina. Se te amo, te amo demais. Se te odeio, odeio de menos. Não nasci para provocar dores, nasci para amar, cuidar. Existem pessoas que não querem esse cuidado e disso, nada posso fazer. Se me importo, é porque você merece. Se eu parto, é porque a dor que você me aflinge é insuportável. Não sei se te amo, se gosto ou simplesmente se me acostumei a dizer que te amo, que te gosto. Isso não vem ao caso, o que se torna discutível aqui é justamente o fato de permanecermos como se nada tivesse mudado. De onde vem essa necessidade louca que não nos deixa ir embora, nem permanecer? Preciso de paz, de tranquilidade, de auto-satisfação e a sua luxúria me deixa em pedaços, em frangalhos, mesmo que eu esteja bem aparentemente. Se me dou, me dou por inteira e não posso te dar cerejas, você não aceitou os lírios, apesar da minha insistência. Você diz que sente minha falta, mas eu não sei o que isso quer dizer. Se tantas vezes tentei dar certo, porque só agora que desisti você volta para mim? O que significa essa falta sua, essa falta minha, essa falta mútua? Já não sei te amo ainda e não sei o que dizer a você. Você diz que sou diferente, que comigo é diferente. Concordo, sou mesmo diferente. Mas o que fazer com isso? O que fazer com o amor que você dá e que não quero receber, tenho medo de receber? Posso até retribuir, mas será diferente do que você espera. No final das contas, tudo que posso fazer é me deixar ser querida. Aquela parte de mim que te amava, idolatrava e esquecia de si para te agradar foi embora, desgastou, morreu, mudou. Aquela parte de mim fez o que sou hoje, aquela parte de mim me ensinou a me amar. Aquela parte de mim morreu com as mordaças que você a inflingiu. Aquela parte de mim no passado ficou. Mantive uma posição até agora de que não mais te amo. Menti. Amo tanto, que dói pensar que amo, dói porque você nunca conseguiu manter aquilo que a gente tentou construir. E hoje eu digo adeus. Sinto muito, meu amor.
Paula Cristina.

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