Me pedem que me explique, que eu dê justificativas confortáveis para um porque me saí mal, porque não sou uma boa aluna, ou até sou, mas porque não me saí bem nisso ou naquilo outro. Pedem que minhas justificativas cheguem ao professor, porque assim ele vai compreender. Mas essa não é a questão, nunca foi. Sou mais do que meras explicações e isso me traz em evidência. A partir do momento que me explico, sou mais cobrada ainda, tenho que correr atrás de um prejuízo e ainda demonstrar que estou correndo para dizer "viu, sou aplicada, era só uma fase...". Não, não e não! Prefiro assumir consequências de dores, de problemas. Já basta minha culpa e ainda devo carregar o peso das expectativas de outrem? Não, não e não. Tudo na vida tem explicação, mas o mundo não pára para que consertemos as coisas, para que reorganizemos as coisas. Um furacão passa, destrói casas e acabou! Pode-se construir outra, mas não tem ninguém para passar a mão e dizer "vem cá, minha casa é muito linda, não te conheço, mas eu posso te acolher". O mundo não é assim, nunca foi assim. Pode estar tudo despedaçado, mas não me desculpo. Não me desculpo, não por orgulho, é mais um senso de responsabilidade pessoal. Aquela que a maioria esqueceu por aí. Essa responsabilidade pessoal me deixa às vezes fadada a dores, desencontros e até más interpretações, mas sejamos sinceros: sem ela passamos a vida inteira dependendo de uma mão na cabeça, um bengala para apoiar e uma luz para guiar. Vou te contar uma coisa: nem sempre existe luz no fim do túnel, às vezes é necessário cavar.
Paula Cristina.
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