segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Fétido

Ele passou, o coração acelerou, mas nada podia fazer. Aprendeu da forma mais fétida e podre que as pessoas se deixam sofrer por amores. Não podia mais amar, porque quem ela amava era proibido. A dor foi relutante, queimou por dentro, tirou o sono, tirou alegias e os risos soltos que saíam de sua garganta todos os dias. Tudo que via eram formas embaçadas por trás das lágrimas que teimavam em cair. Ninguém sabia a dor que era pra ela causar sofrimento, especialmente sem nunca ter pretendido e jamais pensado que aquilo poderia acontecer. A noite adentrava deixando tudo doído fétido, perdido. Fétido. Essa era a descrição para a casa nesse momento. Os zumbis entravam e faziam algazarra com a carne podre que ficou espalhada depois da morte bruta que sucedeu a sua dor. A sua dor era incompreendida pela única pessoa que precisava compreender. Agora entendia o que a poção da horcrux conseguia causar nas pessoas. Dor, fétido, podre, morte, zumbi.


Paula Cristina.

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