"A neblina amarela que roça as espáduas na vidraça,
A fumaça amarela que na vidraça o focinho esfrega
E cuja língua resvala nas esquinas do crepúsculo,
Pousou sobre as poças aninhadas na sarjeta,
Deixou cair sobre seu dorso a fuligem das chaminés,
Deslizou furtiva no terraço, alçou um repentino salto,
E ao perceber que era uma tenra noite de outubro,
Enrodilhou-se ao redor da casa e adormeceu."
-T.S. Eliot-
Você se foi, assim, como num piscar de olhos. Esperou outubro, sabe-se lá porque. Seus olhos ainda pairam por todos os lugares que um dia visitou trazendo amor, paz, tranquilidade. O seu sorriso antes tão alegre e bonito não fará parte mais do futuro tão pensado ao seu lado. Você se foi e tudo que posso fazer é derramar lágrimas de conformidade e seguir em frente. Você que foi tantas vezes forte e tantas vezes guerreiro, deixou um ninho de amor ainda por ser descoberto. E o carinho que você plantou cresceu como as tantas plantas que você cultivou em nossos jardins. Não há no mundo quem te conheça e não te goste. Não há pesar maior do que o de não ter suas brincadeiras, seus sorrisos e olhares. Você com seu jeito simples de ser cativou corações e almas e se fez presente da forma mais doce possível. Você foi avô, pai, marido, amigo, sogro. Sentirei sua falta eternamente.
Paula Cristina
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