Como era de se esperar, ultimamente ela estava em constante entrave com suas emoções. Vivia a chorar sem motivo algum (quer dizer, motivo tinha, mas energia pra chorar nunca teve até agora). Ele a viu chorar como sempre e ficou a se perguntar "porque, porque ela chora tanto?" e ela sem saber respondia silenciosa "eu não sei, alguma coisa mudou, alguma coisa em mim que me faz tão naturalmente triste e tão naturalmente louca e tão naturalmente feliz". Cada sentimento surgia atropelando o outro contando dos medos e inseguranças que nem ela mesma percebia ter dentro de si, por tanto tempo escondidos vida afora. Agora essa mudança repentina a fazia se perguntar quem a mudou: ela, o mundo ou ele? De acordo com ele, ninguém muda, só desconhece, mas sua vida, suas experiências e seus estudos levavam-na a questionar isso. Todo mundo muda, é uma questão de querer. E a pergunta continuava. Mas ultimamente duvidava até de si, das verdades que veio construindo e do mundo que pintou tão bem. Não acreditava em nada, mas acreditava em tudo e a contradição a confundia a cada passo que dava. O que fazer quando não se tinha a resposta mais simples. Não sabia nem ao menos o que queria. E o mundo dando voltas, não espera ela resolver e assim ela vê que não só o mundo dá voltas, ela também. E o dia vai, as horas vêm e a confusão mental sempre encontra um meio de começar de novo e de novo e de novo....
Paula Cristina.
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