Dear Emma,
fazendo uma reflexão sobre tudo em minha vida, fiquei assim, perdida no tempo, no espaço, em minha própria mente, brincando de cão e gato com meus sentimentos e minhas razões. Fiquei presa por demais em partes mínimas da vida como a sociedade e o que eu deveria mudar para me encaixar, mas isso me matou mais do que quando eu era apenas a excêntrica sem conserto. Entrei em coma. Mas as coisas não funcionam assim, de modo algum. Para que sejamos felizes não precisamos achar alguém para ficar do nosso lado, podemos amar ou admirar o que quisermos, mas isso não necessariamente implica em relacionamentos; podemos querer muito um livro ou um cd ou até mesmo aquela roupa maravilhosa da vitrine, mas isso não significa que precisamos disso; podemos gostar de fazer várias coisas, mas nem sempre poderemos fazê-las. O que nos faz ficar bem é algo superior a isso, é saber utilizar nossa cultura, nossa tradição e modelá-las a nosso bem uso. Aprendi isso com um filme e concordei instantaneamente, foi como aquela luz no fim do túnel, que você insiste em procurar, mas só olha na direção errada. Hoje recebi uma notícia que machucou, pensei que minha noite tinha acabado naquele momento, mas estava arrumada para sair e resolvi manter o plano. Graças a deus que sai. Essa notícia se tranformou em calmaria quando eu me dei conta de tudo que eu não havia percebido até hoje. Descobri que eu tenho feijõezinhos mágicos e que ali, além da janela existe uma árvore cheia de possibilidades. Aonde essas possibilidades vão me levar? Não faço idéia, com o tempo descubro. Tudo que sei é que com um pouco de imaginação, criatividade, paciência, amor e fé eu seguirei em frente e traçarei meu caminho. Como Mônica já dizia: "This is real life, it sucks, you're gonna love it!".
Com amor,
Mary Anne.
Ps.: Não se esqueça de aguar as plantas, abrir as janelas do meu quarto, e do brócolis no fogo. Logo estarei de volta. Sinto sua falta.
Paula Cristina.