Que culpa eu tenho se me apaixonei por um canário? Que culpa eu tenho se não admito para ninguém? Que culpa eu tenho se o mundo espera uma coisa e eu só vivo outra? Que culpa eu tenho de não confiar se o mundo me ensina a fazê-lo? Que culpa eu tenho de viver confusa, assustada e completamente amordaçada? Que culpa eu tenho pelas culpas que carrego? Odeio me sentir culpada e, por ironia, sou culpada o dia inteiro, o tempo todo. Que culpa eu tenho?
O telefone tocou uma, duas, três vezes e do outro lado uma voz diferente, mas conhecida atendeu. Estava tão perdida em pensamentos e barulhos externos e internos que não conseguia raciocinar de quem era a voz. "Quer falar com quem?" - perguntou. Responde o nome da amiga. "Ela não está aqui agora, quem é?". "Mary Anne." a voz responde: "Mary Anne? Quando ela voltar, aviso que você ligou. É o Thomas quem está falando." Ela responde "Quem?", ele: "Thomas". Ficou sem reação. Ele sabia que era ela, tinha certeza agora. A pergunta foi mais uma forma para dizer quem falava. O coração bateu acelerado. Será que era ele mesmo? Existem tantos Thomas no mundo. Mas não, devia ser ele! Só podia ser ele! Desligou o telefone, ainda sem reação. O sorriso se alargou na face. Que saudade. Que saudade. Paula Cristina.
Comentários
Postar um comentário