segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Uma noite.

A taça vermelha de contraste com a toalha branca. Os dedos ágeis esperando o momento oportuno para mudar de direção. A água passava levemente por seu corpo e tudo parecia diferente, afetado. Era tudo lindo, inusitado, fácil. Era fácil ficar ali, esperando, olhando, observando, absorvendo cada detalhe, cada pedaço de tempo, de momento, de paixão descontrolada que a abordava como um temporal. Vulnerável da forma mais louca, da forma mais surreal, na realidade mais obscura e sem futuro certo. Não importava, desde o sussurro saindo de seus lábios ou de seu olhar penetrante. Ele sabia quem ela era, mesmo quando ela pensava estar escondida dele. Não importava aquilo agora, nada importava além da sensação de extrema calma que a invadia. A cautela não existia por um momento, não porque havia sumido, mas porque não precisava dela. Fechou os olhos, sentiu o cheiro. Abriu os olhos, sentiu a luz. Falou, ouviu, riu, emudeceu. Era muito fácil ser ao lado dele, era muito fácil estar com ele.
Paula Cristina.

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