Sem saber o que era, deixou-se abrir para um mundo desconhecido e agora, assustada, deixava o medo tomar conta. Engoliu o medo e ligou, era a melhor forma de resolver as coisas. Não sabia o que sentia. Ele atendeu, estava ocupado, mas insistiu em falar. Ela compreendeu o cuidado a ela dirigido e acalmou os nervos. Porque sentia tanta falta dele? Ao invés de ignorar, deixou todos os pensamentos se acentarem e fazerem parte daquela vivência, realmente saber o que estava acontecendo, o que estava sentindo. Deitada na beira da piscina, olhou o céu e ficou a observar as nuvens, tentando compreender aquilo tudo e se deu conta de que certamente estava apaixonada. A falta que ele fazia não era falta de "estou sozinha, alguém sente ao meu lado". Não. Era mais que isso, era a falta do sorriso, do silêncio, do abraço, da voz, do beijo, da presença (mesmo que fosse apenas uma presença de endereço). Saber que ele estava ali, olhá-lo. O sentimento de tê-lo ali, simplesmente por ter, sem precisar dele, mas querendo-o ao seu lado. O sentimento de uma mulher apaixonada, de uma pessoa apaixonada. Era ele, não o príncipe encantado, ou o homem ideal. Apenas ele, com as brincadeiras desconcertantes, as inúmeras piadas, o estresse repugnante de algo que ele não concordava, a falta de escrúpulos ao dizer o que pensa, o carinho a ela destinado, o modo como não estava nem aí para o que pensavam, o olhar. Era tudo ele, daquele jeito que só ele sabe ser, daquele jeito que ninguém poderia copiar. E ele com todas as características foi quem a prendeu, ele que jamais fora o cara perfeito, tornara-se o cara que encaixava na sua vida, aquele que a fazia sorrir só de pensar nele. O estranho perfeito, sem sombra de dúvidas que sabe vê-la e percebê-la como nenhum outro conseguiu. Ele que a fez se apaixonar, ele que mudou a forma como ela via o mundo, a forma como ela lidava com o mundo. Ele promoveu mudanças. E ela, que espera que tenha provocado mudanças nele também. Eles formam um lindo casal, dizem as línguas. E tudo que ela espera é que ele sinta o mesmo e que ele fique ao seu lado e que o casal se mantenha enquanto puder, enquanto convir. Ele. Quem sabe um "eles" finalmente?
Paula Cristina.
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