Um dia se acorda com uma sensação e vai dormir com outra completamente diferente. Esse é um exemplo clássico da complexidade humana. Se somos tão inconstantes porque acreditamos tanto na constância? Será uma fuga ou uma tentativa de sentir a totalidade? Precisamos sempre de uma promessa de imortalidade. Michael Jackson disse uma vez que todos nós queremos nos tornar imortais e que através da arte ele se tornaria imortal. Shakespeare escreveu sobre o amor eterno. Alguns textos retratam a crença em uma amizade eterna. A paixão por vampiros também tem essa idéia de eternidade. A pedra filosofal, a busca pela imortalidade, as lápides no cemitério, as múmias do egito, os textos escritos, os contos de fada, Deus. Onde está tudo isso? Quais dessas coisas são palpáveis? Precisamos acreditar em alguma coisa. Mas e quando a viseira cai, rasga, despedaça, o que resta da pessoa que perde a esperança em uma eternidade? Talvez seja essa a razão de tantas tatuagens, de tantos nomes e classificações. A eternidade já não existe na mente, então se procura uma eternidade, mesmo que passageira para ocupar o vazio que a vida deixou no peito. Qual é o seu vazio?
Paula Cristina.