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Aos fuchiqueiros de plantão

Vou te contar uma coisa, um segredo de estado. Ninguém é mais feliz, nem mais bonito, nem mais amado. Ninguém é mais especial, ou mais diferente, ou mais qualquer coisa. Cada um é cada um e pronto. Pode-se ser mais em uma relação, mas no mundo é mais um e pronto acabou. É por isso que amamos tanto nos relacionar, nos socializar. Anciamos por ser únicos, diferentes, especiais. As relações nos dão essa falsa confiança de si. Só não se esqueça de um detalhe, não é porque você se sente mais, que é. E agora depois que descobriu isso também faça-me um favor, vá cuidar da sua vida e ser feliz. Ficar rondando por aí, falando da vida dos outros não vai mudar a sua. E se um artista está vivendo diferente do que você acha que é certo, pare de futricar na vida dele. Ele não deve nada a você. Aliás, tudo que ele faz é ser palhaço enquanto você olha. Se não quer ver, tape os olhos. Ninguém é obrigado a viver por você o que nem você sabe viver.
Paula Cristina.

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A noite escura, os passos largos, o banco da praça escondido pelas sombras, a cerveja numa mão, o cigarro na outra. Soltou o cabelo, a medalinha na mão. Riu de si e de seus meros surtos, aqueles tão antigos que nem se lembra quando foi a última vez que os deixou se apoderarem. Fechou os olhos e recitou, utilizando toda a energia restante, aquele poema tão antigo quanto sempre soubera. Enquanto recitava bebericava da garrafa de cerveja, sentindo o líquido escorrer pela garganta, leve, solto, ondulante. Cansou do cigarro, mas deixou-o ali, queimando, apenas para sentir o cheiro da fumaça dançando sobre seu corpo. Lembrou daquela canção que cantava quando estava feliz, riu-se. Onde já se viu: triste, lembrar de momentos felizes. Não fazia um pingo de sentido, mas mais uma vez, nunca fez sentido, nem mesmo para si. Assistiu a morte chegando devagar e impossibilitando um gato na rua. Não moveu um músculo, não se importava, pelo menos não hoje. Fuzilou a noite com um olhar avassalador. Quem

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