Como se eu tivesse tempo para cair nas suas graças e me deixar virar a cabeça por alguém como você. Passou-se o tempo que movia trancos e barrancos e achava que ser desejada era o mesmo que ser amada. Passou-se o tempo que mudava meus caminhos e mostrava que eu sabia o que na verdade não sabia. Passou-se o tempo que eu sorria pra você me abraçar e dizer que me ligava, mas nunca me ligar. Passou-se o tempo em que acreditava em todos os olhares, palavras doces e toques afrodisíacos. Passou-se o tempo em que minha inocência era pesada em balanças e jogada de comida a vermes famintos. Passou-se o tempo em que tudo que eu queria era um amor de cinema, uma história romântica ou um contos de fadas. Passou-se o tempo em que eu acreditava só porque queria e quebrava a cara e voltava porque certo se dizia. Passou-se o tempo que gostava de rimar só pra fazer frases bizarras com idéias bonitinhas. Passou-se o tempo que você me conquistava e eu ficava na porta de casa esperando sua companhia. Passou-se o tempo da inocência, do amor platônico, dos surtos inesperados e das obssessões. Passou-se o tempo e não sinto mais falta de tudo isso que foi, que passou, que mudou. Passou-se o tempo e eu estou mudada, fazendo este texto e não falando de amor.
Paula Cristina.
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