sábado, 5 de dezembro de 2009

Escrever para não sentir o vazio que deixastes em meu peito

O tempo vai, o tempo vem e algumas coisas permanecem intactas. O cheiro da terra molhada, do vento, da chuva, da grama recém cortada. Seu perfume se foi a muito tempo, mas a lembrança continua aqui. E quando ela chega fica dias, como aquelas visitas inconvenientes que insistem em ficar, mesmo quando incomodam. E então tudo que me resta é escrever. Escrever até a mão ficar calejada, os dedos cansados, a palma em brasas. Escrever até a saudade ficar fraca diante da dor, até esquecer que você faz falta nos mínimos detalhes dos meus dias passados entre pergaminhos velhos e amarrotados.
Paula Cristina.

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