Se eu pertenço, eu não sei a que lugar. Se eu sorrio, é um sorriso enviezado, meio perdido, de quem sorri sem saber como, usando só a alma. Se eu ando, é com passos despassados, que é pra ver se eu arranjo um passo que me faça pertencer. Se eu falo, é com gírias e sotaques e palavreados meus, que é pra ver se eu pertenço a algum lugar. Se eu enfrento as idéias e tento impor as minhas é porque eu não conheço nada além do meu terreno. É porque eu só pertenço a mim e a meus vários personagens que se permutam para tentar me fazer pertencer a alguma coisa, a algum lugar. E se eu sinto que pertenço finalmente, então eu fico, esperando que aquilo a que pertenço permaneça e jamais me deixe ir.
Paula Cristina.
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