Mulengro se apossa de mim de vez enquando, e quando isso acontece parece que adiquiro o dom de me culpar quando não devia e deixar a culpa tomar conta, mesmo quando não se pode fazer nada pra mudar. Adquiro o dom também de me vingar, mesmo sabendo que não há necessidade. Só mesmo para sentir o gosto de pensar que a dor não é só minha. Mas então o centro me engloba e o mulengro já não é chamativo e então vivo dessa ida e vinda. Alguns diriam que essa inconstância se chama bipolar. Não, eu a chamo de traço adquirido devido ao sistema, a cultura e a falta de crescimento emocional. E então me ponho a ir e vir e aprender a sempre ir para o centro e fugir do mulengro. Meu lado selvagem pode sim viver, mas viverá de uma forma livre e esperançosa. Não me quero olhando furtivamente por trás de meu ombro a cada passo que eu der. A vigilia é constante, mas saber confiar e amar e não deixar o mulengro adentrar é uma forma a mais de me acalmar, de me fazer sorrir.
Paula Cristina.
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